Degeneração na coluna

Degeneração na coluna

Degeneração na coluna 471 301 Dr. Bruno Soligo

Para falar sobre degeneração na coluna, vou citar e comentar um estudo realizado em 2017 que utilizou analise de exames e questionários de dor com 30 anos de intervalo. 

Em 1987,  jovens de 20 anos recrutas do serviço militar da Finlândia, estavam limitados para praticar as atividades físicas militares devido a dores lombares severas.

Estes jovens que se apresentavam com dor lombar foram submetidos ao exame de ressonância magnética para avaliação. Para efeito comparativo, um grupo de jovens com ausência de dor e limitação também realizou exame de ressonância magnética. 

Dos jovens com dor, 57% deles apresentavam sinais de degeneração de discos interverterias da coluna lombar. Dos jovens sem dor, 35% deles também apresentavam sinais de degeneração discal. 

30 anos mais tarde, foi recrutado novamente estes indivíduos para analisar como estavam as dores e limitações e como evoluíram as degenerações da coluna no exame de ressonância magnética. 

Em 1987, indivíduos tinham dor lombar severa o suficiente para impedi-los de cumprir o dever militar. No entanto, após 30 anos, a maioria deles sentia apenas uma dor leve ou nenhuma dor. De acordo com os resultados, a dor lombar vivenciada no início da idade adulta não se torna necessariamente crônica e o sinal de degeneração dos discos na ressonância magnética não pode ser usada como um achado prognóstico preciso para esses pacientes.

A mensagem que quero deixar é de que, degenerações na coluna são normais, fazem parte do nosso envelhecimento e não são necessariamente responsáveis por dor. Ou melhor, elas até podem causar dor em alguns momentos de sobrecarga porém, não são motivo para desenvolvermos dores crônicas e incapacidades irreversíveis. Basta observar pessoas que nao possuem dor e possuem as mesmas alterações na coluna. 

Também é importante frisar que em quadros de dores agudas e crônicas, associadas a alterações em exames de imagem, é possível realizar um tratamento, retomar atividades físicas e conviver muito bem e sem dor mesmo quando os exames são alterados.